Nesta sexta feira (19) em Belo Horizonte, a Fetaemg participou do lançamento do livro “Conflitos do Campo 2016”, que traz importantes informações sobre as taxas de violência, física e psicológica, contra a população que vive nas áreas rurais de Minas Gerais e do Brasil. A pesquisa foi realizada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) e teve o apoio da Fetaemg.
Convidado para falar sobre o assunto, Vilson Luiz da Silva, presidente da Fetaemg, manifestou sua indignação e preocupação com os crescentes índices de conflitos no campo e defendeu a urgência da Reforma Agrária. “Sem a reforma agrária, nossa agricultura familiar não avançará, nosso povo não terá uma vida digna. Precisamos defender a reforma para que o homem do campo tenha o seu espaço. Com este governo os trabalhadores não tem vez e a violência contra o homem do campo está inserida neste contexto. Temos que ocupar as ruas, lutar e resolver esta questão. ” Afirmou.
Dados dos conflitos no campo em 2016:
– 37.003 pessoas envolveram-se em conflitos agrários.
– Na região Sudeste, houve um aumento de 10% em relação ao ano anterior. Só em Minas Gerais, foram registrados 116 casos.
– 39% dos conflitos por terra envolvem comunidades tradicionais, como indígenas, quilombolas e geraizeiros.
– Os conflitos por água representaram 34% do total de ocorrências do Brasil, sendo que 93% dos casos foram causados por grandes empresas hidrelétricas.
– Foram registrados 61 assassinatos, um aumento de 22% se comparado ao ano de 2015.
– No estado, houveram 47 conflitos por terra, envolvendo 3.141 famílias. Por água, foram 58 casos, envolvendo 4.238 famílias. Já os conflitos relacionados a trabalho, somaram 11, com 108 trabalhadores.