A Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais – Fetaemg, torna público o seu repúdio e indignação pelo descaso com a vida e a saúde da população por parte de gananciosos do poder travestidos de políticos, estes buscam novamente aprovar o Projeto de Lei 6299/02, que trata sobre produção, armazenamento, comercialização, controle e utilização de agrotóxicos no Brasil.
Em suma, a proposta tem por objetivo maquiar e banalizar o uso de agrotóxicos, possibilitando o seu uso indiscriminado nas plantações de toda espécie e a manutenção de lucros exorbitantes para setores específicos da sociedade, em detrimento aos riscos à saúde e a vida de milhões de brasileiros, quando se sugere, dentre outras aberrações, substituir a expressão “agrotóxicos” por “fitossanitário”, visando única e exclusivamente enganar a população, que novamente, é a que mais vai sofrer se esse pacote de maldades tiver êxito.
A Fetaemg lembra que o Brasil é o país campeão mundial em consumo de agrotóxicos e ao contrário de outros países, que buscam gradativamente banir tal prática, lamentavelmente, nos permitimos pensar nesse retrocesso. Objetiva-se claramente dificultar o controle do que é comercializado no país. Enquanto levantamentos estimam que multinacionais favoráveis a essa regulação do atraso faturam em torno de 10 bilhões de dólares por ano, a população morre nos hospitais em busca de atendimento por doenças, comprovadamente, causadas pelo uso desses agrotóxicos. A Federação credita essa iniciativa a bancada ruralista, que lamentavelmente demostra não se preocupar com aqueles aos quais dizem representar e promete lutar ao lado dos trabalhadores e trabalhadoras rurais contra esse atraso.
Como se não fosse o bastante, a proposta tenta desqualificar os órgãos de fiscalização no Brasil, como a Anvisa e o IBAMA, atribuindo ao Ministério da Agricultura, setor repletos de outros tantos interessados pela regulamentação dessa Lei do atraso, controlar o uso de agrotóxicos.
A Fetaemg está alinhada a órgãos como a Fiocruz, Conselho Nacional de Direitos Humanos, Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador, do Ministério da Saúde, Ibama e o Ministério Público do Trabalho no combate a essa insanidade contra a sociedade brasileira e não vai descansar enquanto tal medida não for derrubada.
Vilson Luiz da Silva
Presidente da Fetaemg