“Não vou sair do campo pra poder ir pra escola, educação do campo é direito e não esmola!” Essa música de Gilvan Santos muito conhecida pelo Movimento Nacional de Educação do Campo retrata muito bem a luta pela garantia do direito à escola das populações do campo.
Esse ano, a Educação do Campo completa vinte três anos de história e conquistas, mas os desafios precisam ser enfrentados e superados. Neste sentido, dada a conjuntura de fragilidades e desigualdades presentes na educação brasileira, a CONTAG, as Federações e Sindicatos para fazer essa grande defesa de uma educação pública, gratuita, laica, democrática, com qualidade social, no e do campo, lançaram na tarde desta terça-feira (09), por meio de um Ato Político Cultural, a Campanha “RAÍZES SE FORMAM NO CAMPO: Educação Pública e do Campo é um direito nosso”! O ato foi realizado pela plataforma Zoom, com transmissão no Facebook da CONTAG, com a participação de representantes das Federações e Sindicatos, de professores (as), educadores (as) populares, representantes dos fóruns parceiros, entre outros (as) convidados (as).
Dentre os objetivos da campanha, está a denúncia sobre o alarmante processo de fechamento das escolas no campo, pois, de acordo com o Censo Escolar (2020), de 2014 a 2019 foram fechadas um total de 12.196 escolas rurais. Além do fechamento das escolas, a campanha juntamente com o Fórum Nacional de Educação do Campo (FONEC), denunciam o desmonte da política pública de educação brasileira e atuam na defesa da permanência e a construção de mais escolas no campo.
Outro objetivo central da campanha e estratégico para o conjunto do MSTTR é a discussão da importância da educação do campo para a permanência dos agricultores e agricultoras familiares no campo, respeitando e valorizando todo um modo de vida no campo em que se preservem suas culturas, saberes e suas formas de produção e de convivência com a natureza.
A campanha também propõe uma ação importantíssima que a Fetaemg em conjunto com os sindicatos já busca concretizar – que é incidir na política de educação a ser elaborada e desenvolvida pelo Governo de Minas Gerais e pelos gestores municipais, com o objetivo de comprometê-los com a construção de uma política de educação pública do e no campo. E, para isso, é necessário que não nos esqueçamos de fortalecer o caráter equitativo do Novo FUNDEB, lutando pela implementação dos fatores de ponderação para a educação escolar do campo, uma vez que, educação pública e com qualidade social se faz com recurso público.
A importância desta campanha e do papel do MSTTR na luta sindical, sobretudo na defesa da educação do campo e do fortalecimento da agricultura familiar no atual cenário político nacional, foi reconhecido e destacado pela professora da Universidade Federal da Fronteira Sul e membro da Articulação em Defesa da Educação do Campo do Rio Grande do Sul – Solange Todero Von Onçay. A professora também ressaltou a importância do tema Raízes que se formam no campo e a mensagem que ele carrega, pois, “a raiz que se forma no campo também é uma raiz que gera luta porque se entende como sujeitos de direito”.
O presidente da Fetaemg e deputado federal, Vilson Luiz da Silva, reitera que a Federação atua em defesa da manutenção das políticas já conquistadas e, reafirma a importância da campanha para o MSTTR e para quem está lá na ponta e precisa da nossa intervenção, da nossa luta, porque “vivenciamos um momento ímpar, no qual, a luta por uma educação pública, com qualidade social, no e do campo tem que ser reafirmado como direito, sobretudo frente as consequências durante e pós-pandemia. E, nós continuaremos a ocupar os espaços de formulação e avaliação da política educacional no estado, com o firme propósito de garantir aos estudantes do campo o quê a CF (1988) já assegura: o direito de estudar”, finaliza.
A luta não para!