Fetaemg reúne seu Conselho Político para debater sobre a atual conjuntura brasileira

8 anos atrás

Com um auditório lotado, a Fetaemg reuniu, em Belo Horizonte, nesta quarta-feira (29), seu Conselho Político para debater sobre o atual cenário político brasileiro. A iniciativa dá continuidade às atividades da Fetaemg, no sentido de preparar os trabalhadores e trabalhadoras rurais, junto às suas bases, para fortalecer o Movimento Sindical e seu poder de articulação.

Na abertura do evento, o presidente da Fetaemg, Vilson Luiz da Silva falou sobre os desafios e a necessidade de união do Movimento Sindical para garantir a manutenção de direitos, especialmente na Previdência Social. Para ele, este é o momento em que o Movimento Sindical deve se impor contra os retrocessos. “Precisamos reforçar nossos debates. O governo está passando por cima de tudo que favorece o pobre, o trabalhador. Não podemos deixar. Queremos um ministério com a nossa cara, com um ministro que se identifique e conheça a nossa causa.” Afirma.

Kátia Gaivoto, representando a CTB Nacional, ressaltou que a crise atual pode ajudar a fortalecer o movimento. “Podemos tirar algum proveito deste cenário, não dá pra ser pessimista sempre. Neste momento, podemos perceber claramente que existe uma luta de classes, que não dá para misturar trabalhador com patrão. Este momento de crise nos traz a consciência da luta de classe, para que o movimento saiba exatamente de qual lado está.” Ponderou.

Convidado para conduzir o diálogo, o advogado e professor do Centro de Estudos Sindicais (CES), José Santana, fez uma abrangente explanação sobre a conjuntura política e os desafios à classe trabalhadora, em especial na Previdência Social Rural.

Para Santana, a seguridade social é constituída pelo tripé: saúde, assistência social e previdência, e estes três itens são responsáveis pela maior distribuição de renda que já houve no país. Afirmou também que, a vinculação do benefício da previdência ao salário mínimo foi a maior conquista e é justamente este o alvo da reforma previdenciária. Santana alerta que, caso haja a desvinculação, o trabalhador chegará a receber metade do salário mínimo e isto representaria um retrocesso, uma volta à época da ditadura militar. “ É isto que se pretende com a reforma: desmontar o tripé da seguridade social, retroceder. Fazer o Brasil voltar há 50 anos atrás e favorecer a previdência privada. Este é o contexto atual do Brasil, a implosão do estado de direito, que deveria atender o bem estar social do país.” Defendeu.

José Santana também fez severas críticas à terceirização, apontando os vários prejuízos que ela pode trazer ao trabalhador, incluindo o risco de extinção dos sindicatos, uma vez que, se não houver categorização do trabalhador, não faz sentido a existência de entidades representativas de classes.

Muitos dirigentes também manifestaram preocupação em relação à atual conjuntura, ressaltando a necessidade de união e clareza para conduzir as lutas da categoria e evitar prejuízos aos trabalhadores e trabalhadoras rurais.