Fetaemg mostra sua força de mobilização em ato público contra a PEC 287

8 anos atrás

manifestação PEC VilsonUnidos num só protesto, trabalhadores e trabalhadoras rurais, mobilizados pela Fetaemg, movimentaram o Estado na manhã desta quarta-feira (15) para protestar contra a reforma da Previdência Social, a PEC 287. A manifestação aconteceu simultaneamente nas 13 Gerências Regionais do INSS no Estado, reunindo, ao todo, aproximadamente 80 mil trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade.

Logo cedo todos já estavam a postos. Aos poucos as ruas foram sendo ocupadas pelos trabalhadores e trabalhadoras para dizer NÃO à reforma da Previdência e nenhum direito a menos! Em todas as regiões os protestos ganharam a simpatia das pessoas que apoiavam a iniciativa. E mais uma vez, a Fetaemg, junto com seus Sindicatos, conseguiram mostrar a sua força de organização e mobilização para lutar contra a reforma da Previdência Social, que prejudicará principalmente os rurais.

Em algumas regiões as rodovias também foram ocupadas pelos manifestantes com o intuito de chamar ainda mais atenção do governo e da sociedade.

O presidente da Fetaemg, Vilson Luiz da Silva, que coordenou a manifestação em Divinópolis, juntamente com assessores e lideranças dos STRs, faz um balanço positivo, considerando o número expressivo de participantes e a visibilidade que foi dada às

manifestações. “Conseguimos mostrar que o Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais está unido e forte para reivindicar e que estamos lutando para garantir a manutenção de nossos direitos, conquistados com muita luta. ” Vilson também afirma que a Fetaemg e os Sindicatos ganharam aliados e o respeito das pessoas na luta contra a PEC 287, destacando as autoridades de segurança e de trânsito

Para o presidente, um dos pontos importantes que retratam o balanço positivo das manifestações foi o resgate do otimismo das lideranças sindicais para ir às ruas protestar. “Esse nosso ato acordou muita gente para a luta e para a gravidade da situação que estamos enfrentando em nosso país. Há muitos anos fomos às ruas para conquistar direitos, hoje estamos lutando para manter o que já foi conquista. Essa é a nossa realidade. Esse nosso ato de protesto ficará registrado na história do Movimento Sindical como um dos maiores e mais expressivos. E essa não será a última vez que vamos protestar. Mais do que nunca estamos atentos e agora mais fortes ainda e acreditando que somos capazes de mostrar a nossa força e organização para defender os nossos direitos. Caso essa PEC 287 seja aprovada, os rurais serão, mais uma vez, os mais penalizados,

principalmente porque iniciam suas atividades laborais bem mais cedo, em condições penosa e exaustiva. ”

Segundo dados divulgados na Nota Técnica nº 25, IPEA, 2016, a grande maioria dos trabalhadores e trabalhadoras rurais começa a trabalhar antes dos 14 anos (78% dos homens e 70% das mulheres). Essa é uma informação importante para demonstrar que os trabalhadores e as trabalhadoras rurais, pelas regras atuais, já trabalham mais de 40 anos para ter acesso a uma aposentadoria de um salário mínimo.

Déficit na Previdência: A existência de déficit na Previdência Social é contestada pelo presidente da Fetaemg e por diversas organizações renomadas no País, como a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), e pelas centrais sindicais, por exemplo. A Previdência Social é vinculada ao Sistema de Seguridade Social (artigos 194 e 195 da Constituiçã

o Federal), que é financiado por diversas fontes de contribuição, inclusive sobre a venda da produção agrícola, que dão sustentabilidade a todo o sistema e garante o pagamento dos benefícios. O presidente defende que ao invés de retirar direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras, o governo deveria combater a sonegação fiscal das grandes empresas, que ultrapassa os R$ 500 bilhões de reais, de acordo com o Instituto de Estudos Socioeconômicos. Desta forma, haverá mais dinheiro para ser investido nas áreas que realmente necessitam, como saúde, segurança, educação e outros.

O presidente Vilson Luiz agradece o empenho das lideranças dos STRs, de toda a direção e assessores da Fetaemg nesse grande ato de protesto e também da significativa participação dos representantes da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Sérgio de Miranda e Kátia Gaivoto, e do secretário de Formação e Organização Sindical da Contag, Juraci Moreira Souto.