A Fetaemg recebeu a visita de uma equipe de jornalistas da Dinamarca, Suécia e do Brasil interessados em conhecer a atuação da Federação no setor de assalariamento rural. Segundo o jornalista André Campos, da Repórter Brasil – que trabalha com projetos sociais -, a iniciativa é em parceria com organizações da Dinamarca e da Suécia, que são grandes compradoras de café do Brasil. A proposta, segundo o jornalista, é pesquisar sobre as condições trabalhistas nas lavouras de café. “A gente percebe que cada vez mais as empresas compradoras do café têm interesse em saber, não só sobre a qualidade dos produtos, mas também sobre as condições de trabalho, além da questão ambiental. Queremos entender quais são os principais desafios nas lavouras de café, levando em conta as condições de trabalho.” A finalidade da pesquisa, segundo Campos, é fazer com que as empresas compradoras de café possam cobrar de seus fornecedores melhorias nas condições dos assalariados rurais.
Durante a visita, o presidente da Fetaemg, Vilson Luiz da Silva destacou os principais problemas enfrentados pelos trabalhadores, como por exemplo, informalidade, más condições de trabalho e transporte irregular. Segundo o presidente, outro sério problema é o aliciamento por meio de “gatos” – como são chamados os intermediadores na contratação de mão de obra que iludem os trabalhadores com a promessa de bons salários e boas condições de trabalho. “Temos avançado bastante na melhoria das condições de trabalho no campo, mas ainda encontramos trabalho análogo à escravidão. O problema é que o Ministério do Trabalho tem uma deficiência de profissionais para fiscalizar as propriedades”, explica.
Segundo informações do Departamento de Assalariados Rurais da Fetaemg, a remuneração dos assalariados do café pode ultrapassar o salário mínimo em 12%. Já no pico da colheita, o salário pode chegar a R$ 1,2 mil. Os acordos e as negociações coletivas de trabalho realizadas pelos Sindicatos, com o apoio da Fetaemg, tem sido um instrumento importante para garantir melhores condições de trabalho aos assalariados rurais.
A próxima etapa da pesquisa acontece com a visita dos jornalistas à lavouras de café do Estado para conhecerem de perto a realidade dos assalariados rurais.