Fetaemg, Sindicato e comunidades rurais se mobilizam contra o fechamento de escolas rurais em Barbacena

10 anos atrás

Manifestantes pedem revogação do decreto
Cerca de 200 alunos de comunidades rurais do município de Barbacena poderão ficar sem aula caso a prefeitura não revogue a decisão de fechar sete escolas rurais. O decreto municipal 7.719 publicado em 05 de janeiro/2015 tem sido motivo de preocupação para pais, Fetaemg e representantes do Sindicato de Trabalhadores Rurais e de comunidades rurais que estão mobilizados na busca do apoio do Conselho Municipal de Educação, da Câmara Municipal e do Ministério Público, entre outras entidades.

Considerando a educação do campo é uma de suas principais bandeiras de luta, a Fetaemg já articulou uma reunião com a secretária de Estado de Educação, Macaé Evaristo para tratar do assunto. Nesse encontro, o presidente Vilson Luiz da Silva pretende chamar a atenção para lei 12.960/2014 que determina critérios para o fechamento de escolas rurais, como por exemplo, a participação do colegiado de pais, professores e Conselho Escolar nas decisões de nucleação de escolas rurais.

Uma das estratégias de pais e comunidades rurais para chamar a atenção e ganhar o apoio da sociedade têm sido manifestações. “A nossa maior preocupação é manter a identidade do aluno, ou seja, a convivência na comunidade rural, de forma que possa preservar a sua cultura e seu modo de vida. Além disso, há a falta de segurança no transporte escolar, já que as estradas estão em péssimas condições”, argumenta o presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Barbacena e Região, Márcio José da Silva. Ele acredita que ao afastar os alunos de seu meio, da sua realidade, poderá haver um transtorno psicológico, acarretando em prejuízo no rendimento escolar, já que todos são ainda crianças.

Segundo o presidente do Sindicato, as escolas que estão sendo fechadas têm ótima estrutura física e podem perfeitamente atender as crianças, que têm o direito de estudar o mais próximo possível de suas casas. O dirigente ainda argumenta que o número de alunos é suficiente para manter as escolas em funcionamento. Segundo ele, algumas escolas já adotaram as classes multisseriadas.

Com o fechamento das escolas, os alunos precisam percorrer, em alguns casos, uma distância de 15 quilômetros, tendo que sair mais cedo de casa e retornar mais tarde. As crianças têm entre quatro e dez anos de idade, o que gera uma preocupação maior para os pais.

Em recente reunião do Conselho Municipal de Educação com a participação de comunidades rurais, o prefeito Toninho Andrada destacou os aspectos administrativos, técnicos e pedagógicos que nortearam a medida de fechamento das escolas rurais e prometeu estudar a revisão de alguns pontos do decreto, excluindo do processo de nucleação os alunos menores de seis anos, com o município mantendo nas comunidades, estrutura de ensino infantil.

Porém, os pais dos alunos já adiantaram que querem a revogação de todo o decreto e tomaram a decisão de não mandar seus filhos para as novas escolas até que sejam atendidos pela Prefeitura.

Enquanto não há uma decisão favorável, pais de alunos, Fetaemg, Sindicato e comunidades rurais prometem continuar mobilizados. Já estão agendadas reuniões com a Prefeitura e a Câmara de Vereadores para dar continuidade ao assunto.