A luta pela valorização da agricultura familiar, pela garantia da soberania e segurança alimentar e pela preservação dos bens naturais avançou na última semana. O Ano Internacional da Agricultura Familiar 2014 (AIAF 2014) foi oficialmente lançado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) na última sexta-feira, 22 de novembro, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Para a Contag, a iniciativa é extremamente importante para o combate à fome e à pobreza no mundo e para o desenvolvimento rural sustentável. Afinal, 70% dos alimentos produzidos são provenientes da agricultura familiar, e cerca de 40% das famílias do planeta vivem desta prática. A FAO estima que em todo o mundo existam mais de 500 milhões de agricultores familiares.
Para o coordenador do AIAF-2014, José Antonio Osaba, “a forma mais eficaz de derrotar a fome e a má nutrição é produzir os alimentos perto de onde vivem os consumidores, trabalho exclusivo da agricultura familiar, não dos grandes produtores”. Na opinião de Osaba, para potencializar o trabalho dos milhões de agricultores e agricultoras familiares no mundo, “é necessário que os governos garantam o acesso protegido à terra, à água, ao mar e aos demais recursos naturais, além de reconhecer o direito dos povos de produzir os próprios alimentos”.
Já o diretor geral da FAO, José Graziano da Silva, destacou no lançamento do AIAF 2014 o enorme potencial produtivo da agricultura familiar. “Ao optar por celebrar o AIAF, reconhecemos que os agricultores familiares são peças chave para dar uma resposta à urgência que afronta o mundo hoje em dia: a melhora da segurança alimentar e a conservação dos recursos naturais”.
No entanto, o vice-presidente e secretário de Relações Internacionais da Contag, Willian Clementino, não vê esse momento como uma comemoração. “O AIAF é extremamente político. Ele é importante para dar visibilidade ao papel da agricultura familiar e às políticas públicas fundamentais para o setor. Será um momento também para dialogarmos com a sociedade”.
A partir de agora até o final de 2014, a coordenação do Ano Internacional da Agricultura Familiar e as mais de 360 organizações dos cinco continentes que aderiram à iniciativa promoverão debates e fomentarão a cooperação em âmbito nacional, regional e mundial para aumentar o conhecimento e a compreensão sobre a importância econômica, social, cultural e ambiental do setor e sobre os desafios que os agricultores familiares enfrentam, como a dificuldade em acessar algumas políticas públicas, por exemplo.
Fonte: Imprensa Contag/Verônica Tozzi, com informações da FAO