A Fetaemg promove, a partir de hoje, (06/06) um curso diferenciado: Formação Sindical para Mulheres Trabalhadoras Rurais. O curso, específico para o público feminino, é voltado à dirigentes e lideranças que integram os 12 polos da Fetaemg no estado.
O objetivo desta formação é promover uma formação política para ampliar a mobilização sindical e despertar a consciência de que é pela luta e pela união que os trabalhadores ganham força. Na abertura, o presidente da Fetaemg, Vilson Luiz da Silva, exaltou a importância das mulheres na luta e também mostrou indignação com o machismo existente na sociedade, que fere os direitos e a honra da mulher.
O presidente também pontuou que é muito importante que as participantes se tornem multiplicadoras e transmitam os conhecimentos adquiridos neste curso para toda a base.“ Hoje ainda existe muito machismo. Em alguns lugares os homens fingem aceitar a presença das mulheres, mas querem mandar sozinhos. Estamos em um mundo de diálogo, de acordo, de construção. Essa é a nossa premissa. E queremos com este curso que vocês, nossos diamantes brutos, sejam lapidadas para transmitir o conhecimento”, afirmou. Para Alaíde Baggeto, coordenadora da comissão estadual de mulheres trabalhadoras rurais da Fetaemg, o conhecimento é necessário para que a mulher consolide seu espaço dentro do movimento sindical. “Por mais que a mulher tenha conseguido ocupar espaços, tenha avançado e conquistado, se ela não tiver conhecimento, ela não conseguirá aproveitar essas vitórias com sabedoria. Muitas mulheres conseguem um cargo mas não tem coragem de assumir como mulher mesmo. A mulher tem que entender o lugar que está ocupando hoje, principalmente dentro do nosso movimento. As mulheres conquistaram esse espaço não por serem bonitinhas ou interessantes, mas através da luta, da reivindicação.” Defende.
A formação sindical terá a duração de cinco dias e neste período serão abordados conteúdos relativos ao mundo do trabalho e organização sindical. Dentre os conteúdos, estão também a história do movimento sindical, trabalho e trabalhador, concepções sindicais, oratória, violência contra a mulher e legislação previdenciária.
Todos os assuntos serão ministrados por mulheres. A proposta desta metodologia é estabelecer um diálogo mais aberto, onde as mulheres fiquem mais à vontade para debater. A secretária nacional do Centro de Estudos Sindicais – CES e também secretária geral adjunta da Central de Trabalhadores do Brasil-CTB, Kátia Gaivoto, afirmou que o curso é necessário para ampliar o conhecimento e também destacou que a formação política feminina é essencial para a igualdade de gênero. “Só é possível falar de igualdade de gênero quando falamos em trabalho e formação política. Se o dirigente homem não tem consciência da importância das mulheres, o movimento não anda. Só conseguimos fazer uma boa luta quando há clareza em relação aos objetivos, por isso é importante dar esta base às mulheres”, afirmou.