A Fetaemg segue na realização dos Encontros Regionais de Educação do Campo. Nesta segunda feira (07/11), o encontro foi realizado em Alfenas, regional Sul de Minas, com a participação de diretores e funcionários dos sindicatos da região, diretoria e assessoria regional.
A assessoria educacional iniciou o encontro fazendo uma análise de conjuntura política, em especial, a realidade educacional brasileira, bem como, a ameaça de descontinuidade das políticas públicas de Educação do Campo, PEC 55 e MP 746. A concepção, princípios e marcos legais da Educação do Campo foram trabalhados em diálogo com a especificidades da região, já que, além da agricultura familiar, o sul de Minas é marcado pela forte presença de assalariados rurais. Outro ponto importante, foi a apresentação dos cursos de Licenciatura em Educação do Campo ofertado pelas universidades federais do Estado, chamando a atenção para a tímida presença de estudantes da região.
Em seguida, ainda pela manhã, com a exposição da analista educacional da Superintendência Regional de Ensino (SRE) Lucila Nara Barcelona Ponciano, os participantes puderam compreender melhor a política que vem sendo desenvolvida pelo Governo de Estado – que é a reclassificação das escolas localizadas na área rural como sendo do campo, de acordo com as Diretrizes da Educação do Campo do Estado de Minas Gerais (Resolução SEE N2820\2015). A analista avalia como “positiva a iniciativa da Fetaemg em propiciar o encontro, pois, ações como essa fortalece o debate da Educação do Campo do Movimento Sindical. O Estado está com sua tarefa de casa, mas, é preciso a pressão dos movimentos sociais para as coisas acontecerem”
Na parte da tarde, o tema debatido foi “Política Pública de Educação Profissional e Tecnológica do Campo” com os representantes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas (IF Sul de Minas) – diretor geral do campus Machado Carlos Henrique Rodrigues Reinato, professor Luciano Alves e o pró-reitor de extensão Cléber Ávilla Barbosa, que fizeram uma contextualização acerca da política educacional no âmbito do instituto voltada para os trabalhadores do campo em sua diversidade. Os Sindicatos presentes tiveram a oportunidade de conhecer na prática as ações em Educação do Campo que vem sendo desenvolvidas. Na ocasião, o STTR de Cabo Verde entregou um ofício ao pró-reitor solicitando credenciamento do seu centro de formação para oferta de cursos técnicos em parceria com o IF.
Finalizando o encontro, os participantes do município de Cabo Verde compartilharam sua experiência como cursista da Licenciatura em Educação do Campo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Posteriormente, constitui-se a Comissão Regional de Educação do Campo, avaliando que uma das suas finalidades é contribuir para aprofundar o debate da Educação do Campo na região.
O Decreto Federal Nº 7.352\2010 que dispõe da Política Pública de Educação do Campo, afirma em artigo primeiro que as populações do campo são “os agricultores familiares, os extrativistas, os pescadores artesanais, os ribeirinhos, os assentados e acampados da reforma agrária, os trabalhadores assalariados rurais, os quilombolas, os caiçaras, os povos da floresta, os caboclos e outros que produzam suas condições materiais de existência a partir do trabalho no meio rural”, pode-se dizer que estamos no rumo certo, pois, trazer o debate da Educação do Campo para a região é fundamental na luta da efetivação do direito à educação para todos os trabalhadores do campo, principalmente, quando tratamos do trabalhador assalariado.