Após quatro anos dedicados ao curso de Licenciatura em Educação do Campo pela Universidade Federal de Minas Gerais, a turma de 60 alunos, composta por agricultores familiares, assentados da reforma agrária e quilombolas recebeu na sexta-feira (2), em Belo Horizonte, o diploma de educadores do campo com atuação nas séries finais do ensino fundamental e do ensino médio em escolas do campo. “Estamos saindo da Universidade com o compromisso de levar um ensino de qualidade para as escolas do campo voltado para as suas espeficidades, valorizando o meio e a realidade em que vivem os alunos”, afirma o ex-aluno Marcos Vinícius.
Para a professora e coordenadora do curso Maria de Fátima Almeida , no início foi um desafio trabalhar com alunos com amplas experiências de vida, vindos de movimentos sociais. “A Universidade teve a oportunidade de conhecer essas experiências. Crescemos juntos.” A coordenadora esclarece que esses novos educadores do campo têm ainda o desafio de se tornarem de fato educadores, que segundo ela só vai acontecer a partir da prática do dia a dia na sala de aula.
O curso de Licenciatura em Educação do Campo começou a ser ministrado em 2006 na UFMG por meio de projeto do Incra. Já a segunda turma, que iniciou o curso em 2008 e concluiu agora em dezembro, foi formada a partir do ProCampo – um projeto piloto do MEC em parceria com a Rede Mineira de Educação do Campo, da qual a Fetaemg faz parte. O presidente Vilson Luiz da Silva diz que a Fetaemg tem pautado seus trabalhos na educação do campo com a proposta de criar e ampliar os espaços acadêmicos nas Universidades para as pessoas que vivem no meio rural.
Com o metodologia de alternância, com aulas presenciais durante os meses de janeiro e julho o curso a turma de 2008 pôde se especializar em Ciências da Vida e da Natureza, Línguas ou Artes e Literatura.