O Dia Internacional da Mulher não é uma data apenas comemorativa, mas um dia para debater estratégias de ação com o objetivo de lutar pela igualdade de direitos e ressaltar a importância do papel da mulher na sociedade, por exemplo.
Ao longo da história as mulheres vêm se unindo para buscar maior respeito aos seus direitos e ao seu trabalho. Há alguns anos a discriminação contra a mulher era tão séria que chegou ao ponto de operárias de uma fábrica têxtil serem queimadas vivas, presas dentro da fábrica em que trabalhavam, em Nova Iorque, por reivindicarem melhores condições de trabalho, diminuição da carga horária de 16 para 10 horas diárias, salários iguais aos dos homens – que chegavam a ganhar três vezes mais, na mesma função. Porém, em 8 de março de 1910, aconteceu na Dinamarca uma conferência internacional feminina, onde assuntos de interesse das mulheres foram discutidos, além de decidirem que a data seria uma homenagem às mulheres mortas em Nova Iorque. Com a reforma da constituição as mulheres brasileiras ganharam os mesmos direitos trabalhistas que os homens, conquistaram o direito ao voto e a cargos políticos do executivo e do legislativo. Ainda em nosso país, foi aprovada a Lei Maria da Penha, como resultado da grande luta pelos direitos da mulher. Hoje podemos dizer que a mulher aos poucos vem assumindo o papel de protagonista, não só dentro de casa, mas em funções estratégicas na sociedade e principalmente, nas decisões políticas do país.
Em especial, a mulher trabalhadora rural vem vencendo inúmeras barreiras e com a sua organização hoje é reconhecida como um instrumento participativo capaz de contribuir de forma significativa nas conquistas do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais. A criação da Comissão Estadual de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Fetaemg, em 1992, foi um passo decisivo na organização das mulheres, tornando-as mais participativas, não só dentro do MSTTR, mas também em outras esferas políticas.
O presidente da Fetaemg, Vilson Luiz da Silva, ressalta que ao criar a Comissão Estadual de Mulheres Trabalhadoras Rurais, a Fetaemg teve como principal meta trabalhar a organização das mulheres do campo, fazendo com que elas se tornassem capazes de participar das decisões, não só dentro do MSTTR, mas em outras esferas. “Hoje o que vemos é a participação cada vez mais expressiva dessas mulheres, assumindo cargos de prefeitas e vereadoras. Conquistas que só foram possíveis graças ao seu próprio mérito, à sua capacidade de organização.”
Para a coordenadora Estadual da Comissão de Mulheres Rurais, Alaíde Bagetto, as conquistas são muitas, como por exemplo, o direito de acesso à terra com titulação conjunta, a Declaração de Aptidão ao Pronaf, políticas públicas específicas para a mulher. Porém, ainda é preciso fazer com que essas conquistas cheguem de fato a todas as trabalhadoras. “A implementação da Política Nacional de Combate à Violência contra a Mulher é um desafio a ser superado por todas as mulheres.”
Neste ano em que será realizada a Marcha das Margaridas, em Brasília, as mulheres mais uma vez terão a missão de mostrar sua força de organização para novas conquistas.