A partir desse mês de junho, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego no Campo (Pronatec Campo) terá um comitê de trabalho específico para debater a situação dos jovens agricultores familiares de 16 municípios de Minas Gerais. Articulada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), a iniciativa construirá alternativas de curto, médio e longo prazo para qualificar os milhares de jovens da região que migram todos os anos para trabalhar em outras cidades na colheita da cana-de-açúcar.
O grupo será responsável por identificar a quantidade de cursos e de pessoas que poderão ser beneficiados com a capacitação oferecida pelo Pronatec nos Territórios da Cidadania do Alto e Médio Jequitinhonha, no norte do estado.
A FETAEMG é uma das entdiades que integra o Comitê, além de representantes dos governos federal, estadual e municipais.
A previsão é que os primeiros cursos sejam disponibilizados a partir de outubro, mês em que os agricultores retornam para os municípios de origem. “A microrregião do Médio e do Alto Jequitinhonha é historicamente uma região exportadora de mão de obra desqualificada para o corte de cana. A maioria dessas pessoas que sai é filho de agricultor que concluiu o ensino médio e não tem opção de trabalho na região. Nossa ideia é colocar o Pronatec para qualificar essa mão de obra”, explica o delegado federal do MDA no estado, Alcides Guedes Filho.
Também de acordo com o delegado, cerca de 60 mil pessoas da região, em sua maioria jovens, migram anualmente para outras cidades para colher manualmente a cana-de-açúcar, trabalho que será mecanizado, a partir de 2014. Os municípios mais procurados são os paulistas e os do sul de Minas Gerais.
“Há uma perspectiva que, em 2014, não haja mais a queima da cana-de-açúcar. Haverá um aumento da mecanização e isso vai impactar na diminuição dessa migração. Portanto, esse jovens ficarão aqui e temos que dar uma perspectiva de cursos para qualificá-los para a produção da agricultura”, adianta.