Com o objetivo de incentivar a formação de grupos de produção agroecológica, a Fetaemg realiza em Belo Horizonte o curso de agroecologia voltado para mulheres trabalhadoras rurais da região da Grande BH. A coordenadora da Comissão Estadual de Mulheres Rurais, Alaíde Bagetto, explica que essa é a primeira iniciativa da Fetaemg com grupo de mulheres e um dos objetivos é despertar o interesse das trabalhadoras pela técnica, mostrando que além de ser uma produção sustentável, é também uma forma de agregar maior valor à produção. “A gente sempre soube que a mulher produz, não só para o sustento da família, mas também para a comercialização. Temos feito um trabalho para dar visibilidade à atuação das mulheres, mostrando que elas têm um papel importante na geração de renda da família”, explica.
O curso, que teve início nesta terça-feira (30/08), é ministrado pela assessora do Polo Regional da Zona da Mata, Lorena Freitas, formada em agroecologia, com especialização em saúde e segurança rural, análise e gestão ambiental. Uma novidade do curso é o uso da homeopatia para o controle de pragas e doenças das plantas. Segundo Lorena, a intenção é fazer com que as mulheres percebam que, por meio de técnicas simples, com custo quase zero, é possível produzir de forma saudável, valorizando os produtos no mercado, e ainda empoderar a mulher, ao mostrar que sozinha, ela tem condições de produzir os seus insumos, sem a dependência de agrotóxicos.
A iniciativa de desenvolver práticas de produção agroecológica surgiu das próprias mulheres, que em sua maioria, produz de forma diversificada, em pequena escala, para o consumo e abastecendo mercados locais. A agricultora Marlene Antônia, da Associação de Agricultores Agroecológicos e Biodinâmicos da Serra do Rola Moça, de Ibirité, diz que por meio do curso ela busca aperfeiçoar suas técnicas agroecológicas e que, sem dúvida, os alimentos produzidos tem maior valor no mercado. “Quando a gente vai comercializar um grande público já conhece o que é um produto agroecológico e valoriza”, ressalta. Ela reconhece que a produção é com custo quase zero, já que os insumos são biológicos, fornecidos pelo próprio ambiente, de forma natural.
Números:
Segundo dados do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), o Estado conta com cerca de 366 agricultores orgânicos certificados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que é o órgão responsável pela garantia da qualidade orgânica dos produtos em todo o país.