O presidente da Fetaemg Vilson Luiz da Silva foi um dos palestrantes no Seminário de Agricultura Familiar promovido pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG), nesta quarta-feira (03/10).
Em sua apresentação sobre o tema “Agricultura familiar e Desenvolvimento Rural Sustentável” Vilson Luiz enfatizou a importância da organização dos agricultores na produção sustentável como forma de ampliar a participação no mercado. De acordo com os dados apresentados pelo presidente, 84% dos estabelecimentos rurais existentes no país são de agricultores familiares. Em contraponto, ocupam apenas 24% da área total destinada à produção. São 12 milhões de pessoas trabalhando na agricultura familiar no Brasil. Vilson traçou também um breve histórico das políticas de fortalecimento da agricultura familiar, ressaltando que muitas das conquistas se deram por meio das mobilizações de massa do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais. Os dados apresentados também revelaram que 65% dos agricultores familiares estão excluídos das políticas públicas do governo federal direcionadas a esse público. Em Minas Gerais existem cerca de 437 mil famílias de agricultores familiares, sendo que apenas 237 mil possuem a Declaração de Aptidão ao Pronaf – o passaporte para o acesso às políticas públicas.
Em suas considerações finais o presidente Vilson destacou que a agricultura familiar precisa ser pensada de forma conectada ao Brasil e não algo à parte. Inclusive, inserida nas oportunidades de crescimento e fortalecimento econômico, com renda e qualidade de vida. Para isso, é preciso trabalhar a organização das famílias e da produção local, tendo como foco o associativismo e cooperativismo, respeito ao meio ambiente, educação e capacitação dos principais atores envolvidos, que são os agricultores familiares.
O seminário teve como principal objetivo difundir os instrumentos legais específicos da agricultura familiar, promover um debate técnico com a participação de convidados especialistas no assunto, além de prestar esclarecimentos e definições acerca da agricultura familiar à sociedade civil.
De acordo com o coordenador do seminário, o engenheiro agrônomo e diretor técnico de fiscalização do Crea, Bernardo Scarpelli, o seminário é uma oportunidade para o Conselho se apresentar e mostrar qual a sua atuação no setor agrário. Em contrapartida, o evento serve também para entender as reais necessidades da agricultura familiar que vem se consolidando cada vez mais como setor de abastecimento e não apenas de subsistência como antes era conhecido. “Existe uma demanda muito grande desse setor, que vai desde a falta de infraestrutura como mecanização, até orientação sobre a melhor cultura e qual tipo de criação adequada para uma determinada região. Nesse contexto, a atuação dos engenheiros agrônomos é de fundamental importância para contribuir com uma melhor produção, uma vez que só o governo não consegue atender toda a demanda”, disse o coordenador da Câmara de Agronomia do Crea-Minas, o engenheiro agrônomo Emílio Mouchreck.