O presidente da Fetaemg, Vilson Luiz da Silva, o diretor de política agrícola, o diretor de reforma agrária e assessores da Federação, participaram nesta semana de uma mobilização em Brasília, que reuniu cerca de 800 agricultores e agricultoras familiares de Minas Gerais e Espírito Santo. Os manifestantes foram à Esplanada buscar anistia para o endividamento ocasionado em decorrência da estiagem e soluções para o enfrentamento de problemas na zona rural dos dois estados.
Em reunião com o Ministro Patrus Ananias, o presidente Vilson cobrou mais recurso para o campo, renegociação de dívidas de trabalhadores rurais atingidos pela seca, e mais atenção à questão da reforma agrária. Também falou sobre a atuação do Incra, que no momento, não está sendo satisfatória, mas ponderando que é preciso salvar a instituição, que é a responsável pela reforma agrária. Todas as reivindicações serão encaminhadas ao Ministério da Fazenda.
Num segundo momento, o presidente da Fetaemg foi convidado a compor a mesa de debate da comissão especial que discute a questão hídrica. Na ocasião, estavam representantes de quatro ministérios: Integração, Agricultura, Desenvolvimento agrário e Meio ambiente.
Vilson Luiz pontuou que a falta de água não é o único problema, muitas vezes o excesso também é prejudicial, pois as enchentes podem trazer prejuízos financeiros aos pequenos produtores, que muitas vezes não tem como recuperar os danos. Também falou sobre modelos modernos de irrigação, que permitem um maior aproveitamento com o uso de uma quantidade menor de água.
Outro ponto muito atacado por Vilson foi a reparação dos danos causados pelo acidente da Samarco, aos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Em quatro municípios mineiros, os pequenos produtores perderam rebanhos, plantações e pastagens, que são sua principal e muitas vezes única fonte de renda. O presidente criticou o posicionamento da Samarco, que não ofereceu o apoio necessário às vítimas e defende que a empresa deve investir parte do lucro em ações sociais e de reparação.
Vilson avalia que os diálogos estabelecidos em Brasília podem ser a abertura de soluções para os problemas expostos. “A audiência foi boa, estamos cumprindo o nosso papel de lutar. O governo só atende quando é pressionado. Colocamos nossa opinião e contestamos muitas coisas apresentadas pelo governo. Os trabalhadores e trabalhadoras viram a importância de se ter um representante em Brasília. Acho que com essa abertura podemos iniciar uma nova história”, avalia.