Termina nesta quinta-feira o Festival Estadual da juventude Rural

10 anos atrás

O evento, promovido pela Fetaemg, tem a participação de aproximadamente 500 jovens rurais de todas as regiões do Estado para debaterem sobre políticas públicas, sucessão rural e acesso à terra, por exemplo. Um dos desafios, segundo a coordenadora Estadual da Comissão de Jovens Trabalhadores Rurais/Fetaemg, Marilene Faustino, é formular estratégias para que a juventude tenha qualidade de vida no meio rural, com acesso irrestrito às políticas públicas e que seja reconhecida e valorizada, não apenas pelas atividades produtivas que desenvolve, mas enquanto sujeito que tem um papel fundamental no desenvolvimento do meio rural.

O presidente da Fetaemg, Vilson Luiz da Silva, destaca a necessidade de garantir o acesso dos jovens às políticas públicas que hoje existem, o que segundo o dirigente, é uma forma de manter a juventude no meio rural. Vilson afirmou ainda que é importante que os jovens entendam que precisam estar mais próximos do Movimento Sindical e aderir à luta dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, pois a juventude é peça fundamental para garantir o sucesso nas conquistas. “Os jovens têm um papel fundamental no Movimento Sindical, por isso temos um grande desafio de chamar esses jovens para dentro dos Sindicatos para fortalecer a nossa luta.”

A secretária Nacional da Juventude Trabalhadora Rural da Contag, Mazé Morais, lançou o desafio da sucessão rural, destacando as conquistas do MSTTR, como o Pronaf Jovem, mas ressaltou que “não adianta ter as políticas públicas se elas não chegam aos jovens. É preciso discutir também a reforma agrária, a redução das desigualdades sociais e a democratização dos meios de comunicação.”
Também representando a Contag, o secretário de Política Agrária, Zenildo Pereira Xavier chamou a atenção para questões como reforma agrária, acesso às políticas públicas e participação da juventude nas lutas do MSTTR.

A secretária-geral adjunta da Central dos Trabalhadores Rurais (CTB), Kátia Gaivoto, afirmou que, para a CTB, a Fetaemg é exemplo de muitas coisas, como por exemplo, a organização de jovens e de mulheres. “Estamos passando por uma conjuntura delicada, onde nós sindicalistas não podemos permitir nenhuma tentativa de processos antidemocráticos no país, porém, não podemos permitir ações como as Medidas Provisórias 664 e 665 que afetam diretamente os trabalhadores e principalmente nossa juventude. Temos que juntar trabalhadores do campo e da cidade para estarem na luta para impedir a qualquer tentativa de retirada de direitos.”

No primeiro dia do Festival os jovens debateram sobre o tema “Campo, sujeito e identidade, juventude rural em Minas Gerais e no Brasil, Previdência Social e Gestão Sindical.” A mesa de debates teve a coordenação do presidente Vilson Luiz da Silva, da diretora de Políticas Sociais Maria Alves, da coordenadora da Comissão Estadual de Jovens da Fetaemg, Marilene Faustino e do responsável pelo Centro de Estudo Sindical da CTB, Renato Bastos. Um dos focos dos debates foi para a formação política do sujeito, com a proposta de inserir a juventude rural nesse processo.

Já na quarta-feira os jovens participaram de oficinas temáticas sobre educação do campo; cooperativismo; terra, água, agroecologia; reforma agrária e sucessão rural; saúde, música, cultura e comunicação. A finalidade é construir propostas para nortear as ações do MSTTR.

Durante o festival aconteceram também atividades culturais e competições entre os jovens em modalidades esportivas, como futebol, natação, peteca, sinuca, dentre outras.

O Festival da Juventude Rural termina com elaboração de uma carta para ser entregue a representantes dos governo estadual e federal chamando a atenção para necessidade de construir uma plataforma de debate sobre políticas públicas para juventude rural.