Ex-morador de lixão deixa a pobreza depois de assentado

13 anos atrás
Foto: Daniel Fleming / Incra - MG

É com dificuldade e orgulho que o agricultor Élson Souza Santos do assentamento Dois de Junho em Olhos D´água (MG) conta a sua história. “Quando eu tinha 17 anos eu saí do lixão onde morava em Montes Claros (MG) para esse lote de terra. Só aí as pessoas passaram a me considerar um cidadão. A reforma agrária mudou não só a minha vida, mas de toda minha família”, completa.

Élson e sua família são parte dos 6,3 milhões de brasileiros que deixaram a extrema pobreza para trás, entre 2004 e 2009, de acordo com estudo do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA) divulgado em 15 de setembro.

Desde 2005, ele, a esposa Cristiele Souza e seus dois filhos vivem da produção de rapadura, farinha e dos plantios de mandioca, cana e abacaxi no lote do assentamento rural. “Hoje conseguimos uma renda anual de cerca R$25 mil dependendo da safra”, relata.

Seu irmão Sérgio Santos, também assentado, têm 14 mil abacaxis plantados, atividade que se dedica já há três anos. Parte da produção do assentamento tem destino garantido: o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Conab.

Para o produtor, o que faz o assentamento desenvolver é a união entre os assentados e o apoio dos órgãos do governo, seja o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o Incra, prefeitura e o estado. “Nós temos duas escolas de ensino fundamental dentro do Dois de Junho, os meninos que estudam fora têm transporte escolar”, afirma ele.

Foram vários os cursos de extensão recebidos por eles: derivados de leite, derivados de cana, pão caseiro, artesanato, bovinocultura, vacinação e criação de aves.

O assentamento tem um trator conseguido junto ao Programa de Combate à Pobreza Rural do Idene. A prefeitura construiu uma ponte, entregue neste mês. Há atendimento médico de 15 em 15 dias e agentes do Programa de Saúde da Família (PSF) passam de casa em casa a cada mês.

Fonte: Incra/MG