O presidente da Fetaemg, Vilson Luiz da Silva, foi um dos debatedores convidados para o debate público Segurança no Campo, realizado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais, no dia 1º de agosto. Promovido pelas Comissões de Segurança Pública e de Agropecuária e Agroindústria, o evento teve como objetivo discutir o crescimento da violência na zona rural e propor alternativas para enfrentá-lo.
Em seu discurso, o presidente Vilson defendeu maior investimento em patrulhas rurais e ações de combate à violência no meio rural, e ressaltou que a população do campo está à mercê da bandidagem e precisa ser mais assistida. Vilson ainda ressaltou que se nada for feito, os agricultores terão dificuldade para produzir, já que não têm garantia de segurança e acabam ficando mais vulneráveis a roubos e até mesmo com sério risco à própria vida.
Dirigentes e lideranças representativas dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, mobilizados pela Fetaemg, também participaram do debate e endossaram a fala do presidente. Eles também questionaram da falta de segurança e cobraram medidas por parte do governo.
Violência no campo:
Segundo o pesquisador Luis Sapori, um dos expositores, o número de crimes violentos em Minas Gerais mais que dobrou nos últimos quatro anos e o ritmo de crescimento desse problema na zona rural tem acompanhado o das cidades. Em 2012, a média mensal de crimes violentos era de aproximadamente 5 mil (60 mil ao ano), já em 2015, o número chegou a 11 mil, totalizando 132 mil crimes violentos anuais. Os dados são da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), que considera crimes violentos: homicídio tentado e consumado, estupro tentado e consumado, roubos e extorsões mediante sequestro, além de sequestros e cárceres privados.
Para Sapori, as causas do aumento da violência são o tráfico de drogas que já chegou nas áreas rurais e também a deficiente atuação das polícias, da Justiça e do sistema prisional do país. Para combater o problema, ele sugeriu medidas de curto, médio e longo prazo.
A curto prazo, ele sugeriu a organização local da população rural, priorizando a criação de Conselhos de Segurança Pública (Conseps), reunindo dirigentes das polícias e do Ministério Público na região.A médio e longo prazos, o especialista defendeu a priorização da segurança pública pelo governo estadual, a atuação conjunta das Polícias Militar e Civil, além do fim da influência político-partidária na indicação de delegados. Outra ação seria a montagem de uma força-tarefa de investigação em cada uma das 17 regiões de Minas, com prazo para apresentação de resultados. Por fim, ele sugeriu o investimento nas patrulhas rurais e, ainda, a criação de redes de produtores rurais protegidos, nos moldes da rede de vizinhos protegidos.