Ser mulher é viver mil vezes em apenas uma vida. É acreditar quando ninguém mais acredita, é lutar por um mundo onde a igualdade seja a palavra de ordem.
Igualdade social, de gênero, política… O dia de hoje, mais do que o momento de receber flores e homenagens, é para exaltar todas aquelas guerreiras conhecidas e anônimas que têm batalhado por uma sociedade mais justa e menos violenta para as mulheres.
Assim como a Comissão Estadual de Mulheres da Fetaemg vem fazendo a diferença a cada ato, cada manifestação, nossas trabalhadoras rurais transformam sua caminhada todos os dias, com determinação e muita coragem.
Nossas companheiras trabalhadoras rurais que, desde a década de 80, protagonizam bandeiras de lutas pela terra, acesso à saúde, educação rural e por direitos da cidadania. A mulher do campo nunca desiste. À exemplo de Margarida Alves, Carolina de Jesus, Nazaré Flor e tantas outras como Maria da Penha, Dandara, Pagú e Nísia Floresta que lutaram e ainda lutam pelas suas iguais.
Estas protagonistas escreveram suas conquistas nas páginas da História de nosso país, demostrando a importância do exercício de liderança das mulheres como estratégia para a conquista da equidade de gênero. Aquele velho chavão que diz que ‘mulher não entende de política, que lugar de mulher é na cozinha, que lugar de mulher não é na rua’ está sendo desconstruído. Elas só vão ocupar esses espaços de poder quando entendendo que lugar de mulher é onde ela quiser.
E é por isto que hoje homenageamos todas essas grandes guerreiras, que com sol ou com chuva, nunca deixam de acreditar em dias melhores.
“Mulher! Mulher!
Na escola em que você foi ensinada, jamais tirei um 10.
Sou forte, mas não chego aos seus pés.”
Erasmo Carlos, trecho da música Mulher (sexo frágil)
Conheça um pouco sobre elas:
Margarida Maria Alves – foi uma sindicalista e defensora dos direitos humanos brasileira. Durante o período em que esteve à frente do sindicato local de sua cidade, foi responsável por mais de cem ações trabalhistas na justiça do trabalho regional, tendo sido a primeira mulher a lutar pelos direitos trabalhistas no estado da Paraíba durante a ditadura militar.
Carolina Jesus – é considerada uma das primeiras e mais importantes escritoras negras do Brasil. nasceu em Minas Gerais, numa comunidade rural onde seus pais eram meeiros. Moradora da favela do Canindé, zona norte de São Paulo, ela trabalhava como catadora e registrava o cotidiano da comunidade em cadernos que encontrava no lixo.
Nazaré Flor – Liderança rural da assentamento na região de Itapipoca / CE, atua na luta pelos direitos das mulheres. Autodidata, escreve a sua história de vida e das mulheres de sua comunidade em versos. Sua criação literária compõe-se de poesias, relacionadas às mulheres. Foi uma das fundadoras do MMTR-NE.
Maria de Penha – Farmacêutica que lutou para que seu agressor viesse a ser condenado. É líder de movimentos de defesa dos direitos das mulheres, vítima emblemática da violência doméstica. Seu caso de agressão e tentativas de assassinatos (realizadas por seu marido) foi considerado, pela primeira vez na história do país, um crime de violência doméstica. A lei Maria da Penha, como é popularmente conhecida, reconhece a gravidade dos casos de violência doméstica e retira dos juizados especiais criminais (que julgam crimes de menor potencial ofensivo) a competência para julgá-los.
Dandara – Foi uma guerreira negra do período colonial do Brasil, esposa de Zumbi dos Palmares e com ele teve três filhos. Dominava técnicas da capoeira e teria lutado ao lado de homens e mulheres nas muitas batalhas consequentes a ataques a Palmares.
Pagú – A paulista Patrícia Galvão escreveu livros, reportagens, peças de teatro, militou na política e passou cinco anos presa por defender operários. Sua marca mais forte, porém, foi a oposição aos estreitos horizontes femininos dos anos 1920 aos 1950.
Nísia Floresta – Seu principal legado é o livro Direitos das Mulheres e Injustiça dos Homens, de 1832 – quando as brasileiras mal sabiam ler. Essa pioneira do feminismo escreveu, aos 22 anos, que a vantagem masculina estava só na força física. Produziu 15 livros e criou, no Rio de Janeiro, uma escola para ensinar matemática e história para meninas.