Após mobilização de mais de 360 organizações em âmbito mundial, a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou 2014 como o Ano Internacional da Agricultura Familiar, Camponesa e Indígena (AIAF/CI). Isso significa o reconhecimento da contribuição da agricultura familiar para a soberania e segurança alimentar, diminuição da pobreza e erradicação da fome no mundo, a partir de um manejo sustentável dos recursos naturais e da proteção do meio ambiente. Diante desse contexto, as mulheres trabalhadoras do campo e da floresta, seguem em Marcha, fazendo a mobilização nos estados, municípios e comunidades rurais, debatendo as condições de vida e trabalho, e incentivando o reposicionamento da agricultura familiar, camponesa e indígena no centro da agenda nacional a fim de promover um desenvolvimento sustentável com justiça, autonomia, igualdade e liberdade.
Em 2014, as margaridas elegeram Terra, Território e Agroecologia, e uma vida livre de violência, como temas fundamentais para o Dia Internacional da Mulher, por compreender que estão na base do desenvolvimento desejado e em construção no País.
“O Dia Internacional das Mulheres, para nós, historicamente, é um dia de luta. E 2014 é um ano especial. Estamos no Ano Internacional da Agricultura Familiar, Camponesa e Indígena e as margaridas seguem em marcha em defesa de um modelo de desenvolvimento que é baseado na agroecologia como a grande alternativa para garantirmos a soberania e segurança alimentar”, destacou a secretária de Mulheres da CONTAG, Alessandra Lunas.
TERRA – A terra é reafirmada como espaço de vida, de produção e de identidade sociocultural. Sem acesso à terra, não é possível vencer a pobreza e, tampouco, ter um país democrático com justiça e dignidade. Sem terra não há agricultura familiar, não há produção de alimentos, não há renda.
TERRITÓRIO – As mulheres entendem a terra como parte do território, compreendendo também as águas e as florestas, e o território como um espaço de vida, um espaço social, onde se estabelecem relações e modos de vida, onde se desenvolvem diferentes culturas e formas de produção e reprodução, que marcam e dão identidade a um povo (populações indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais e camponesas).
AGROECOLOGIA – As margaridas consideram a agroecologia como um modo de produzir e de se relacionar na agricultura com respeito e igualdade entre homens e mulheres, preservando e protegendo a biodiversidade, os ecossistemas e o patrimônio genético, as sementes e bens comuns. Afirmam a agroecologia como um meio de produção de alimentos saudáveis, livre de transgênicos e agrotóxicos, que valoriza as tradições, os saberes e culturas dos povos do campo, das águas e das florestas, sendo fundamental para a garantia da soberania e segurança alimentar e defesa da vida.
UMA VIDA LIVRE DE VIOLÊNCIA – As margaridas seguem em marcha no enfrentamento e superação de todas as formas de violência, opressão e desigualdades, principalmente as de gênero, que discriminam as mulheres. Denunciam a violência patriarcal e machista que atinge cotidianamente as mulheres no ambiente doméstico e nos diversos espaços públicos, atos de violência que ferem o corpo físico e emocional e deixam marcas permanentes na vida das mulheres.
Fonte: Imprensa Contag, com informações da Secretaria de Mulheres da Contag