Comissão de Mulheres da Fetaemg participa de ciclo de debates na ALMG

9 anos atrás

A coordenadora da Comissão Estadual de mulheres da Fetaemg, Alaíde Bagetto, participou do Ciclo de Debates Dia Internacional da Mulher – Mulheres contra a violência: Autonomia, Reconhecimento e Participação, realizado no plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, nos dias 2 e 3 de março.

A coordenadora, convidada para participar da mesa com o tema “Violência contra mulheres no campo e das quilombolas”, afirmou estar indignada por discutir, em 2016, um assunto que já deveria ter sido superado. “No campo, o machismo e o patriarcado estão tão arraigados que o homem que não bate em mulher não é considerado macho”, alertou, ressalvando que, além das dificuldades inerentes ao trabalho na área rural, as mulheres ainda são discriminadas pela cor, pois a maioria é negra, sendo que muitas vivem em antigos quilombos.
Na avaliação dela, o grande desafio é construir uma rede nos municípios para atender as mulheres vítimas de violência, englobando todos os órgãos e entidades que lidam com o problema.

Dados da violência contra a mulher em Minas Gerais

Em 2013, foram registradas 4,2 mortes para cada grupo de mil mulheres, índice um pouco menor que a média nacional, de 4,8. Os números colocam o Brasil no 5º lugar na escala mundial.

Entre os municípios mineiros, há um destaque negativo para Buritizeiro, no Norte de Minas, que aparece entre os dez com maior taxa de homicídios no Brasil. Foram considerados municípios com mais de 10 mil mulheres. O ranking de Minas tem, na sequência, Conceição das Alagoas e São Joaquim de Bicas.

As negras continuam sendo as maiores vítimas. Em todo o País, a taxa de homicídios contra brancas caiu 11,9% entre 2003 e 2013, mas o mesmo índice para negras aumentou 19,5%. Em Minas, a situação se repete, com queda de 2,1% para homicídios de mulheres brancas e elevação de 9,6% para negras.

Os números contra as trabalhadoras rurais também são alarmantes. Segundo uma pesquisa realizada pela Contag em 2008, 55% das mulheres entrevistadas assumiram ter sofrido algum tipo de agressão ou abuso sexual. Deste grupo, mais de 63% declarou que a violência foi cometida pelos maridos e companheiros. Contudo, sabe-se que o número de vítimas pode ser ainda maior. Muitas mulheres por medo, vergonha ou sob ameaça, não denunciam o crime às autoridades.