O curso de Licenciatura em Pedagogia do Campo da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) foi avaliado pelo Conselho Estadual de Educação e recebeu nota A, a nota máxima, reconhecendo a qualidade do corpo docente, da infraestrutura e do programa pedagógico. Para a avaliação foram levados em conta, o projeto pedagógico, atas do colegiado, relatórios de desenvolvimento do curso, resoluções, instruções e formulários relativos ao estágio supervisionado, trabalho de conclusão do curso, organização dos tempos e espaços, registro acadêmico dos alunos, programas das disciplinas, e documentos: convênios e editais.
Conforme a pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais, Maria Isabel Antunes e a integrante do Conselho Estadual de Educação Leila Maria de Morais, durante avaliação, os estudantes apresentaram relatos sobre o desenvolvimento dos estágios como momento formativo que vem se constituindo como de aprendizagem e de envolvimento da turma com a docência.
De acordo com a diretora de Política Agrária da Fetaemg, Maria Rita Fernandes, o fato do curso de Pedagogia do Campo ter recebido o conceito A só demonstra que os investimentos na educação do campo têm dado o seu retorno e ao mesmo tempo confirma a importância de se criar oportunidades que facilitem o acesso dos assentados da reforma agrária a um curso superior. “É um avanço significativo à medida que a educação do campo vai sendo reconhecida e a Fetaemg vai construindo parcerias com Universidades. A educação é o ponto principal para que possamos fazer uma transformação no meio rural.”
Com duração de quatro anos, na modalidade presencial, organizado em alternância de tempos e espaços denominados de Tempo Escola (período de atividades acadêmicas realizadas nos campus da universidade) e Tempo Comunidade (período de atividades acadêmicas realizadas no espaço de moradia e/ou trabalho do aluno) o curso de licenciatura em pedagogia do campo teve início no primeiro semestre de 2009 por meio da parceria entre a Unimontes, Fetaemg e Incra no âmbito do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária. A previsão é que, em janeiro, os 46 alunos matriculados no curso recebam seus diplomas, estando licenciados para atuarem como educadores em escolas do campo, da educação infantil e do 1º ao 4º ano do ensino fundamental.
O curso
O curso é direcionado a jovens agricultores familiares e assentados da reforma agrária das regiões Norte de Minas, Noroeste, Vale do Jequitinhonha e Triângulo Mineiro, e sua estratégia de implantação vai de encontro às demandas da educação do campo, capaz de transformar a lógica de produção do conhecimento no campo e acerca dele.