A Fetaemg foi destaque em relatório internacional sobre as condições trabalhistas nas lavouras de café brasileiras, desenvolvido pelo centro de mídia independente e de pesquisa, DanWatch. A entidade, fruto de uma parceria entre organizações da Dinamarca e da Suécia, publica investigações sobre abusos de direitos humanos e ambientais em seis áreas de foco, principalmente em países em desenvolvimento e economias em crescimento no hemisfério sul. Acesse aqui e conheça o relatório
No documento, o presidente da Fetaemg, Vilson Luiz da Silva, destaca a atuação da Federação no setor de assalariamento rural e sobre as condições trabalhistas nas lavouras de café onde, segundo ele, os trabalhadores enfrentam grandes problemas como informalidade, más condições de trabalho e transporte irregular.
Outra situação séria é o aliciamento por meio de “gatos” – como são chamados os intermediadores na contratação de mão de obra que iludem os trabalhadores com a promessa de bons salários e boas condições de trabalho. “Temos avançado bastante na melhoria das condições de trabalho no campo, mas ainda encontramos trabalho análogo à escravidão. O problema é que o Ministério do Trabalho tem uma deficiência de profissionais para fiscalizar as propriedades”, explica Vilson.
Além das informações recebidas junto a Fetaemg, durante visita realizada em 2015, os jornalistas também conheceram lavouras de café do Estado para ver de perto a realidade dos assalariados rurais.
Com este relatório, os pesquisadores pretendem fazer com que as empresas compradoras de café possam cobrar de seus fornecedores melhorias nas condições dos assalariados rurais, já que a Dinarmacra e a Suécia são grandes consumidores do café brasileiro.
A publicação está tendo uma repercussão de mídia internacional. O The Guardian (um dos principais jornais da Inglaterra) publicou sobre o tema nesta quinta-feira. Para conhecer o artigo, clique aqui.
Segundo informações do Departamento de Assalariados Rurais da Fetaemg, a remuneração dos assalariados do café pode ultrapassar o salário mínimo em 12%. Já no pico da colheita, o salário pode chegar a R$ 1,2 mil. Os acordos e as negociações coletivas de trabalho realizadas pelos Sindicatos, com o apoio da Fetaemg, tem sido um instrumento importante para garantir melhores condições de trabalho aos assalariados rurais.