Após dez anos de atividades, profissionalizando jovens de 23 municípios do Jequitinhonha, a Escola Família Agrícola (EFA) Bontempo recebeu na última sexta-feira (24) mandato de reintegração de posse em ação movida pela Fundação Brasileira de Desenvolvimento. Construída pelos próprios trabalhadores rurais em terreno doado em regime de comodato por tempo indeterminado pela própria FBD, a Escola Família Agrícola Bontempo, em Itaobim, corre agora risco de fechar suas portas e deixar sem aula filhos de trabalhadores rurais de 23 municípios do Médio e Baixo Jequitinhonha, deixando para trás a chance de profissionalização de jovens que encontraram na escola uma valiosa oportunidade de inserção no mercado de trabalho. São 201 alunos matriculados na EFA cursando o 1º, 2º e 3º ano do ensino médio e profissional técnico em agropecuária.
A EFA Bontempo, que é mantida pela Associação Escola Família Agrícola do Baixo e Médio Jequitinhonha (Aefambaje) e há cerca de cinco anos vem lutando na Justiça contra a reintegração de posse do terreno onde está escola, que está sendo movida pela Fundação Brasileira de Desenvolvimento. Apesar das intervenções feitas por representantes da escola, apelando para audiência pública na Assembleia Legislativa, além de tentativas de conciliação no Superior Tribunal de Justiça de Minas Gerais e no Fórum de Medina, não houve sucesso. E na sexta-feira (24), a diretoria da Aefambaje recebeu o mandado de reintegração de posse do terreno. De acordo com a diretoria da EFA os oficiais compreenderão as reais dificuldades de se fazer o despejo e fizeram um relatório para o Juiz de Pedra Azul relatando as impossibilidades.
A diretoria da escola deposita agora todas as suas expectativas em torno de uma reunião que vai acontecer nesta terça-feira (28) com representantes da Secretaria de Estado da Educação quando será solicitado ao governo a desapropriação da área onde a Escola foi construída para fins sociais. O diretor da EFA Bontempo, Ricardo Ferreira Vital acha que caso não consigam o apoio imediato do governo a escola será obrigada a fechar suas portas a qualquer momento. “Já tem policial rondando a Escola”, diz.