A forte presença das mulheres no 11º Congresso Nacional de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (CNTTR), que termina nesta sexta-feira (08/03), em Brasília, marca as comemorações pelo Dia Internacional da Mulher e comprova o interesse das trabalhadoras rurais em participar das discussões políticas que mexem com os rumos de suas vidas e do movimento sindical. Elas somam 45% do total de participantes. São jovens, adultas, da terceira idade, idosas, das diferentes raças e com uma variedade de sotaques que enriquecem ainda mais o evento.
Para celebrar a data, representantes das trabalhadoras rurais de todo o país realizaram em Brasília um ato para destacar temas que afetam a vida das agriculturas, como a paridade sindical e os incentivos ao processo produtivo, por exemplo. Conforme a secretária Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Contag, Carmem Foro, o ato do 8 de março é simbólico, não apenas como um dia de comemorações mas como um dia de lembrar muitas lutas. “Se o 8 de março é uma data consolidada por todas as mulheres do mundo e do Brasil, para nós, trabalhadoras rurais, ela também ganha a importância como um dia de luta e de mobilização”, afirma Carmen. “Realizar o ato dentro do 11º CNTTR é muito importante, pois o encontro expressa internamente e publicamente nossa visão, nossas críticas, contribuições a essa luta tão importante”, complementa Carmen.
A coordenadora da Comissão Estadual de Mulheres Trabalhadoras Rurais, Alaíde Bagetto, diz que o momento é muito importante para as trabalhadoras, já que o dia internacional da mulher, por ser comemorado durante a realização do 11º CNTTR, vem reforçar a luta das mulheres do campo e expressar as suas necessidades. Bagetto destaca como desafios o maior acesso das trabalhadoras às linhas de crédito disponibilizadas nos programas do governo e enfatiza que a violência contra a mulher, especialmente no meio rural, ainda é um sério problema que precisa ser superado. Sobre as principais demandas das trabalhadoras levadas para o Congresso, a coordenadora é enfática ao dizer que a paridade de participação das mulheres no Movimento Sindical é a principal demanda. “A paridade foi discutida em Minas Gerais com muita ênfase e teve a aprovação de mais de 90% nas plenárias”, afirma Bagetto.
O presidente da Fetaemg, Vilson Luiz da Silva, destaca a significativa participação das mulheres dentro do Movimento Sindical: como associadas, contribuintes, agricultoras e também como integrantes dos Conselhos da Mulher, nos Conselhos Municipais, e na política. “Hoje as mulheres são protagonistas em muitas conquistas e por meio das ações que a Fetaemg vem realizando em Minas Gerais, as mulheres estão bem organizadas para lutarem por seus direitos”, afirma o presidente.