Atuando em parceria com as comunidades Macuco, Choro, Piteiras e Cachoeirinha, a Fetaemg tem lutado contra a construção de um aterro sanitário na região quilombola de Divinópolis. Executado pela empresa Viasolo Engenharia, o projeto teve anuência da prefeitura e hoje está em fase de licenciamento.
No último dia 18/2, em reunião entre moradores da região e conselheiros da Superintendência Regional de Regularização Ambiental (SUPRAM), na sede do Conselho Estadual de Política Ambiental (COPAM), o advogado das comunidades, Pedro Paulo Pozzolini, reforçou que o projeto apresentado pela empresa possui várias falhas técnicas.
Para os moradores, a construção pode acarretar graves consequências ambientais e sociais. A comunidade teme a contaminação dos lençóis freáticos e das nascentes, prejudicando as lavouras e criação de animais. No entorno da região existem três nascentes e o Ribeirão do Soro, que é afluente do Rio Para. Toda a água utilizada pelos trabalhadores rurais vem destas fontes.
Para Jaerte Oliveira, que integra a comissão formada por moradores, a atividade agrícola também pode sofrer graves consequências sociais e econômicas. “Os produtores de hortaliças vivem de suas atividades, dependem da venda da produção para viver. Eles não podem vender alimentos perto do lixo, ninguém compraria. Quem vai pagar as contas no final?”, comenta.
A região onde pretende-se construir o aterro é um dos polos agrícolas mais importantes da cidade de Divinópolis e participa de dois importantes projetos governamentais de fomento à agricultura familiar: Programa Nacional de alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).