A 5ª edição da Feira de Agricultura Familiar de Minas Gerais - AgriMinas encerrou com produtos esgotados e geração de novos negócios. Para o belo-horizontino, o evento foi a oportunidade de adquirir produtos com qualidade, a bons preços. Para os expositores, a feira representou o reconhecimento da sua capacidade produtiva e abertura para novos mercados.
Segundo informações da Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Minas Gerais (Fetaemg), responsável pela organização da feira, mais de 80% do total de produtos foram comercializados. Os valores de negócios variaram entre R$ 2 mil e R$ 15 mil. para cada empreendimento. “Esses valores são muito bons, principalmente se levarmos em conta o curto período e o feriado prolongado. O mais importante não é apenas os dias da feira, mas os negócios que foram fechados para o futuro. As novas parcerias que surgem com redes e grande atacadistas”, analisou o presidente Fetaemg, Vilson Luiz da Silv.,
Durante os quatro dias de feira, os visitantes puderam conferir novidades como a cachaça de manga, a tequila light, derivados do milho, da banana, morango, dentre outros. Muitos expositores tiveram todo o seu estoque de produtos vendidos, como é o caso do empreendimento Delícias da Roça. Segundo a expositora Beatriz Gomes, alguns produtos como os pacotinhos de bananinha frita, acabaram no primeiro dia. “Trouxemos 100 pacotes, como teste, mas todos acabaram no primeiro dia. Não esperávamos que tivesse tanta saída”, conta.
Abertura de mercado – A Agriminas vai muito além das vendas durante a feira. Outra conquista comemorada por muitos expositores foi o contato com estabelecimentos que mostraram interesse em revender os produtos para outros Estados, como é o caso do empreendimento Kidelícia Alimentos. Com derivados do morango, o expositor Abiamel Lelis, conseguiu atrair a atenção de comerciantes de Belém. “Um empresa de Belém gostou da qualidade dos nossos produtos e mostrou interesse em revendê-los. Vamos voltar a conversar e acertar os detalhes finais”, conta satisfeito.
Já o expositor Marco Aurélio, da Associação dos Artesãos de Funilândia, conta que tem encomendas para o restante do ano. “Vendemos mais de 90% dos nossos produtos e já temos trabalho para o ano todo. Tivemos a oportunidade de fazer vários contatos que serão futuros negócios. A feira só tem a engrandecer e ampliar nossa capacidade como produtores”, conclui.
Aumentando o estoque – Para o expositor Paulo Antônio Henrique, representante do queijo artesanal do Salitre, as 200 unidades do produto não foram suficientes. “Achamos que estávamos com um bom estoque, mas ele acabou com muita rapidez. Para a próxima edição teremos que trazer, pelo menos, o triplo. A feira foi muito bem divulgada, fizemos bons contatos e já estamos ansiosos para a próxima edição”.
Durante os cinco anos de realização, a Agriminas vem ganhando um público fiel. É o caso do francês Patrick Christian Bergerat, que durante todas as edições prestigiou o evento. “A cada edição é maior a variedade de produtos. Esse tipo de evento é muito importante para mostrar a qualidade de Minas como geradora de alimentos, valorizando seus produtos. Estive na Serraria todos os dias, gosto de andar por toda a feira apreciando as novidades”, conta.
Já para a visitante Sônia Ribeiro, que foi a feira pela primeira vez, a AgriMinas é um ótimo programa para reunir a família. “Trouxe a minha família para fazer algumas compras e aproveitar os shows que estão agendados. Encontrei produtos que nem imaginava existir. As riquezas produzidas por essas famílias do campo devem ser mais divulgadas”, conclui.
Além dos negócios, a Agriminas abriu espaço para debates sobre programas de governos que incentivam a agricultura familiar. A programação técnica contou com palestras sobre o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Bolsa Verde. Na ocasião, os produtores puderam tirar dúvidas e saber mais sobre os incentivos disponibilizados para suas terras. A agricultora Ulirke Dora Barden desconhecia os programas. “Interessei-me bastante. Mas acho que a informação não chega à base. Falta divulgação. Tirei algumas dúvidas e vou procurar saber mais no meu município”, disse.