AgriMinas apresenta a riqueza e diversidade do artesanato familiar.
Além de responder por 70% dos produtos que compõem a cesta básica dos brasileiros, a agricultura familiar se dedica também a um outro tipo de cultura: a do reaproveitamento dos subprodutos agrícolas, com os quais produz um rico e diversificado artesanato. Esses produtos agradam aos consumidores e complementam a renda das famílias. Exemplos são as palhas de milho e de banana que se transformam em caixas, quadros e embalagens para garrafas, enquanto o bambu dá origem a porta-revistas e cadeiras. A riqueza e a tradição desse artesanato poderão ser conferidas na IV Feira da Agricultura Familiar de Minas Gerais (Agriminas), que será realizada de 14 a 16 de agosto, em Belo Horizonte, promovida pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Minas (Fetaemg).
Renda extra - É o caso dos associados da Artecaldas, do município de Caldas, no Sul de Minas. Das pequenas lavouras de milho que utilizam para a alimentação de aves e suínos, eles retiram as palhas com as quais confeccionam bolsas, jogos americanos e potes. "Esse artesanato ajuda a complementar a renda das famílias, principalmente na entressafra do milho", informa a diretora do Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura de Caldas, Roselene de Cássia Batista. Para embelezar os produtos, os agricultores costumam pintar as peças com cores variadas. Outras vezes, cozinham as palhas, com o que conseguem uma nova cor, informa Roselene Batista, completando que "essa produção, geralmente, é tradição das famílias".
Os agricultores filiados à Associação dos Amigos do Povoado de Felipe (Grupo Arte Real), no município de Bom Jesus do Amparo, utilizam além da palha de milho, a de banana, que recolhem nos quintais das próprias casas ou buscam numa chácara da região, quando as encomendas são maiores, informa a presidente da associação, Dimara Santos Silva. A produção inclui porta-jóias, quadros adornados com sementes e embalagens para garrafas.
Atualmente são 11 as pessoas que se dedicam a essa produção, incluindo alguns jovens que estão começando a aprender o ofício. As artesãs utilizam basicamente cola para dar firmeza às peças e, no acabamento, verniz ou resina. Esta será a terceira vez que o Arte real participa da Agriminas e espera repetir as boas vendas realizadas em 2008. A feira é uma oportunidade para abrir mercado para esses produtos, que costumam ser deixados em restaurantes na BR para serem vendidos, informa Silva. Os agricultores cultivam além do milho e da banana, feijão, mandioca e abóbora, basicamente para subsistência das próprias famílias
A Associação Pedra do Sino, de Carandaí, abriga agricultores que confeccionam cadeiras e porta-revistas com bambus que recolhem na região. A entidade participa da Agriminas pela primeira vez e espera boas vendas, informa seu presidente, José Sebastião dos Santos. No estande da entidade, o público conhecerá também colchas, panos de prato e telhas pintadas. Para embelezar as peças os agricultores costumam queimar o bambu, com o que ganham um novo colorido.
A Agriminas tem o apoio do governo de Minas, da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), dos Sindicatos de Trabalhadores Rurais, Banco do Brasil e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Minas).
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